05 agosto 2005

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BC ou não BC: eis a questão?

Na hora de escolher a escola para estudar inglês no Reino Unido, uma das questões que mais atormentam o brasileiro é pela escolha por uma escola credenciada pelo British Council ou uma outra que seja mais barata. O órgão oficial da educação britânica, que comemora 70 anos neste ano, tem mais de 80 escolas de inglês credenciadas só em Londres, que são fiscalizadas constantemente para garantir que elas tenham o alto padrão de qualidade exigido pela instituição. Por outro lado, existem outras milhares de escolas que não estão na lista do British Council que, por preços muito mais em conta, oferecem a mesma qualidade de ensino. E também são aceitas como instituições que atendem satisfatoriamente os critérios exigidos para entrada no Reino Unido como estudante.

A lei diz que para ter direito a entrar no Reino Unido, o estudante deve apresentar quatro critérios básicos: estar matriculado em uma instituição reconhecida, para qualquer curso, desde que cumpra um mínimo de 15 horas de aulas por semana, no período diurno, e possuir uma carta da instituição confirmando a sua matrícula; ter a passagem de ida e volta, com a data de volta marcada; mostrar que tem recursos financeiros para se sustentar sem depender de ajuda do governo britânico, o que pode ser feito através da carta da entidade que está financiando seus estudos e/ou os três últimos extratos bancários, demonstrando que você pode custear seu curso e suas despesas pessoais e, finalmente, mostrar intenção de deixar o Reino Unido ao terminar seus estudos.

"O problema é que não existe uma lista de instituições reconhecidas pelo Home Office, o que não significa necessariamente que só as escolas credenciadas pelo British Council têm entrada garantida", afirma a advogada Vitória Nabbas, especialista em questões de imigração. Ela diz, no entanto, que cada escola é responsável pelo fornecimento dessa informação, portanto conseguir um documento da escola em que você está pensando em estudar é uma boa idéia. E mesmo para brasileiros matriculados em escolas com o selo do British Council, isso não é garantia de visto, uma vez que se o estudante não cumprir os demais critérios, ele pode ser mandado de volta com a carta de matrícula no bolso.

No fim das contas, tudo depende da boa vontade do oficial da imigração e de ele ir com a cara do sujeito. Para Ricardo Dourado, que veio de São Paulo no início de março, passar pela barreira da imigração não foi tão fácil. Embora ele estivesse com toda a papelada em mãos comprovando que ele tinha curso pago na Edgware Academy por um ano, 4 mil doláres e mais mil libras no bolso, ele teve que esperar mais de uma hora pelo visto. "Os outros dois brasileiros que vieram no vôo passaram direto, eles só implicaram comigo e no final acabei recebendo um visto de seis meses sem direito a trabalho", conta Ricardo. Tanto a Edgware quanto a Elite, escola em que os outros companheiros de vôo estavam matriculados, não são escolas credenciadas pelo British Council.

Já Douglas Rossetto, também paulista, não teve que esperar nem dez minutos pelo visto de estudante quando chegou em Londres, em dezembro passado. Ele também tinha um ano de escola paga em uma instituição que não é reconhecida, a Lite Training, e com 3 mil doláres no bolso, teria menos chances do que Ricardo, se as regras que reinam no balcão de imigração fossem claras. "Não tive problema nenhum, eles só fizeram as perguntas de praxe e me deram um visto de estudante por seis meses", explica ele.

O Brasil é um "non-visa country", o que significa que qualquer cidadão brasileiro que planeja viajar para o Reino Unido a negócios, trabalho, turismo ou para estudar não necessita de visto prévio para entrar no país. No entanto, desde 13 de novembro do ano passado, os estudantes que desejam permanecer no Reino Unido em curso de duração superior a seis meses receberm apenas um carimbo de entrada de seis meses. Quatro semanas antes do vencimento deste carimbo, o estudante deve obter uma extensão da sua permanência no Reino Unido pelo resto da duração de seu curso, e, infelizmente, pagar uma taxa para o Home Office (£ 155 pelo correio e £ 250 pessoalmente).

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